O livro 1984 é um romance político, escrito em 1948 por Eric Arthur Blair (1903-1950), sob o pseudônimo de George Orwell (Um pouco de ar, por favor), um dos mais influentes autores do século XX. O livro com 301 páginas foi lançado pela editora Secker and Warburg (Londres), e conta a história de Winston Smith, um dos tantos funcionários do Ministério da Verdade. 1984 é um dos romances mais famosos de Orwell, a história contada no “futuro” ano de 1984 na Inglaterra, ou mega bloco da Oceania como é apresentado para nós, mostra a transformação da realidade; disfarçada de democracia, a Oceania vive um totalitarismo desde que o IngSoc (o Partido) chegou ao poder sob regência do onipresente Grande Irmão (Big Brother). É no meio desta idéia de poder e sociedade, que Winston personagem central da história, vive seu amor por Júlia, e é influenciado por sua admiração por O’Brian, um dos membros do Partido Iterno.
As obras de Orwell tiveram um influencia significativa na literatura, mas nada comparado ao sucesso do seu 1984, termos criados no livro viraram de uso popular como o famoso neologismo “duplipensar” que é a capacidade de armazenar duas crenças contraditórias simultaneamente e aceitar ambas. Com base no livro o compositor Wolf Borges e a cantora Jucilene Buosi lançaram um CD, intitulado “1984 – Uma leitura musical”, com músicas que retratam a trama como: “Dois minutos de ódio”, “Grande Irmão”, “Júlia”, entre outras. Este CD deu origem a um monólogo cênico. 1984 que inicialmente era para ter sido chamado de “O Último Homem na Europa”, foi traduzido para 65 línguas.
Winston Smith então com 39, é um dos funcionários do ministério da verdade, sua função é reescrever e alterar dados de acordo com as necessidades do partido, de forma que o Grande Irmão nunca estivesse errado. Pois a função do ministério da verdade era justamente esta: criar a verdade, pois o Partido sempre está correto. Durante a trama Winston começa a questionar o partido, ele sabe que aquilo que esta acontecendo não é correto, mas passa o tempo todo se policiando para não pensar muito sobre isso pois se não cometerá crimideia (crime de ideia em novilingua), podendo assim ser capturado pela Policia do Pensamento e acabar vaporizado. Todos os habitantes da grande Oceania, um dos três grandes estados em que foi dividido o mundo, são vigiados pelas Tele Telas. Seus filhos vizinhos e amigos são incentivados a denunciá-los para a Policia do Pensamento se os virem cometendo crimideia. Winston fica cada vez mais incomodado com a pressão do regime e começa a escrever um diário no canto “cego” de sua casa. No trabalho conhece Júlia uma funcionária do Ministério de Ficção, vive então um grande amor, embalado por seus sonhos românticos e pela disposição de Julia em enfrentar o poder junto com ele, com ela compartilha suas ideias e juntos tentam lembra o que acontecia antes de o Partido tomar o poder, pois Winston sabe que nem sempre as coisas foram daquele jeito que uma vez as pessoas já foram “livres”. Um dia O’Brian um dos membros do Partido interno, que também percebeu que Winston era diferente o convida para ir a sua casa é a partir desta escolha que Winston descobre que nem sempre se pode ir contra o poder, conhece então o quarto 101, e descobre que determinadas escolhas não tem volta.
No livro Orwell expõe uma teoria de guerra, qual o objetivo não seria vencer o inimigo nem lutar por uma causa, este sim é o de manter o poder das classes altas, limitando acesso a educação, à cultura e aos bens materiais produzidos pelos pobres e para impedir que eles acumulem cultura e riqueza e se tornem uma ameaça aos poderosos. Em outro de seus livros “A Revolução dos Bichos”, Orwell mostra esta mesma dominação de classes que se consideram superiores e esta sede pelo poder. Em A Revolução dos Bichos, temos a rebelião dos animais de uma fazenda com o intuito de banir os seres humanos dali, sendo que está ficaria sob cuidado de todos os bichos, pois seriam livres e tudo seria decidido por votação nesta nova sociedade democrática. Como os porcos são considerados mais inteligentes eles começam a ditar as regras... O poder sob a cabeça de um dos porcos, Napoleão, acaba se tornando quase tão humano e mais tirano do que o antigo homem dono da fazenda. O modo como os bichos são convencidos do que é certo e errado e a mudança da história que é feita é muito semelhante à de 1984, como Winston e toda a população da Oceania devem idolatrar o Grande Irmão, todos os animais devem venerar Napoleão. A mudança da verdade que ocorre nos dois livros mostra como Orwell via que tudo que acreditamos pode ser facilmente alterado, é só ser mostrado que aquilo não aconteceu. George mostra nas duas obras, a que ponto os seres vivos podem chegar a uma busca pelo controle, e a que condições miseráveis colocam os demais. Mas mostra que sobre tudo nossa escolhas é que denominam o que irá acontecer depois de tomado o caminho não existe mais volta.
Existem muitos livros que devem fazer parte daqueles que figuraram a sua vida, 1984 é um deles, não somente pela brilhante narrativa de Orwell, nem por sua incrível Novilíngua, mas principalmente por conseguir mostrar um lado político que figuraria num futuro, é um texto dinâmico que realmente consegue se enquadra em qualquer ano que for lido, não em sua totalidade, mas na sua essência de hierarquia e dominação, mostrando-nos a perspectiva de que não devemos acreditar em tudo que ocorre, é uma obra política/romântica, empolgante, um pouco complicada em sua essência o que causa grandes confusões, porém como definiu o próprio Orwell quando o mandou para o seu agente “uma Utopia escrita na forma de romance”.
Vitória.
Baseado no livro 1948 de George Orwell.